Sindicatos e servidores ficam divididos sobre parcelamento de salários

Enquanto médicos decidem parar, outras categorias da saúde devem aceitar medida

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O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou ontem a adoío de medidas para tentar normalizar a situaío dos salários do funcionalismo local. Primeiro, pela manhã, foi apresentado um novo calendário de pagamentos a partir de fevereiro para a maioria dos servidores. De acordo com a mudança, apenas quem ganha até R$ 9 mil líquidos continuará recebendo no 5º dia útil de cada mês até que o governo regularizar as finanças públicas. Quem ganha acima receberá apenas esse valor no início do mês e terá o restante distribuído em outras parcelas (entenda como funciona no quadro acima). O Executivo fez ainda uma proposta de parcelamento dos benefícios atrasados da Saúde e da Educaío até junho deste ano — estão incluídos férias, horas extras, 13º salários e outros. Apenas os representantes das categorias de saúde em greve participaram da negociaío. Os educadores serão recebidos na próxima segunda-feira.

O conjunto da obra dividiu as categorias. Como 70% dos servidores públicos do DF (sem contar a folha da Segurança Pública, que é paga pela União e continuará quitada no 5º dia útil) ganha até R$ 9 mil líquidos, para eles pouco importará a mudança na data de pagamento. Nesse sentido, a tendência é que as paralisações e as manifestações dos sindicatos mais numerosos — como boa parte da saúde e da educaío — percam força. Já os servidores com vencimentos mais altos, como os médicos, podem ter dificuldade em aceitar o fato de que passarão a receber o pagamento distribuído em várias parcelas dentro do mês.

A quinta-feira foi marcada por um endurecimento do GDF nas negociações. Por um lado, o governo decidiu ceder ao aceitar um prazo de tempo menor para pagar os atrasados (a proposta era pagar tudo até outubro e foi antecipada para junho). Por outro, condicionou essa situaío í  aceitaío de todas as categorias do novo calendário mensal de pagamentos. “O acordo vale para todo o pacote”, explicou o secretário-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle. Ele coordenou os encontros do dia, acompanhado de outros secretários representantes da Câmara de Governança: Leonardo Colombini, da Fazenda; Leany Lemos, de Planejamento, Orçamento e Gestão; e Antônio Paulo Vogel, de Gestão Administrativa e Desburocratizaío. Também participou Marcos Dantas, secretário de Relações Institucionais e Sociais.

Assim, sindicatos e servidores passam a ser pressionados. Durante o dia, em várias situações, os secretários insistiam em dizer que as paralisações não eram contra o governo e sim contra a populaío. “Por conta do descalabro do governo anterior, somos obrigados a adotar medidas que não gostaríamos. Estamos fazendo todo o esforço possível. As propostas apresentadas são as que o GDF pode fazer para cumprir com o que ficou para trás e não atrasar os salários. As greves não têm sentido, pois o principal prejudicado é o cidadão”, avaliou Doyle.

Fonte: Correio Braziliense