Quem tem medo da Justiça do Trabalho?

Quem tem medo da Justiça do Trabalho?

Justiça tem sido a palavra de ordem nos últimos anos. Os poderosos têm hoje o mesmo tratamento que os cidadãos comuns, pelo menos é isso que se percebe toda vez que se fala de “lava-jato”.

A corrupção que destrói os cofres públicos, não é diferente da que corrói os parcos vencimentos do trabalhador, que por motivos nada republicanos, retira dos mais fracos para enriquecimento dos poderosos.

Dois organismos estatais permeiam a mediação contra tais abusos, O Ministério do Trabalho e a Justiça do Trabalho. O primeiro, fatiado para dificultar ainda mais o seu funcionamento, estará alheio ou pouco aparelhado para uma operação de choque, quando necessário, afinal, Capital e Trabalho necessitam ações de coesão e não de divisão. O equilíbrio é o sinal convivência pacífica.

Já a Justiça do Trabalho, com estrutura própria e independente, atua na análise técnica dos abusos de parte a parte, trazendo a chamada segurança jurídica para essa convivência pacífica.

A quem interessa toda essa desorganização na convivência Capital e Trabalho? Porque de uma hora para outra é o Trabalhador o culpado dos desmandos administrativos de empresários despreparados? Porque não se revoga a “Lei Áurea”?

A extinção da Justiça do Trabalho, em nada ajudará o país no seu crescimento, apenas, criará uma insegurança para o empresariado que cumpre com suas obrigações funcionais, em concorrência com os aventureiros de plantão.

Além disso, acabar com a Justiça do Trabalho não é tão simples como faz parecer os pseudos escravocratas uma vez que a sua previsão é constitucional, tamanha a sua importância para a sociedade brasileira.

Ter medo da Justiça do Trabalho é confessar que seus desmando administrativos estão sendo repassados aos seus colaboradores.

Ter medo da Justiça do Trabalho é querer destruir o pouco que o Trabalho conseguiu conquistar ao longo dos últimos setenta anos.

A setenta anos atrás, a Consolidação das Leis do Trabalho, hoje tida como envelhecida e a própria Justiça do Trabalho, precederam ao surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, éramos protagonistas.

Hoje, busca-se uma fórmula de revogar a “Lei Áurea”.

Oswaldo Augusto de Barros – CNTEEC – FEPAAE – FST