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O nome do senador Paulo Paim (PT-RS) pode se tornar uma alternativa í  candidatura da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff í  presidência da República dentro do PT. Pelo menos é o que acreditam líderes de entidades do movimento social e sindical que começaram a espalhar adesivos com a frase “Com Obama, a mudança, com Paim a esperança” e a coletar assinaturas para um manifesto de apoio ao parlamentar gaúcho. “Queremos levar uma lista com 2,5 milhões de adesões ao Encontro Nacional do PT, em novembro”, revela Ivan Braz, participante da Coordenaío Nacional de Entidades Negras.

Segundo Braz, há mobilizações a favor da candidatura de Paim em diversos Estados, especialmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul. As articulações incluem comunidades de apoio na internet. “Se eles podem lá, nós também podemos aqui”, afirma, referindo-se í  eleiío de Barack Obama nos Estados Unidos e í s perspectivas que vê para o senador, que também é negro.

Em Brasília, Paim admite saber que o movimento já vinha sendo articulado há alguns meses por sindicalistas, negros, brancos, aposentados e jovens, entre outros apoiadores. “Eu digo a eles que não depende de mim, que não desautorizo e nem incentivo, mas é inegável que qualquer cidadão se sente honrado ao ter seu nome lembrado pelo movimento social”, esquiva-se. ELDER OGLIARI – Da Agência Estado – Porto Alegre – 31/01/09
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Me sinto em condiío de saber administrar ou governar

Com discriío, o senador Paulo Paim (PT) liberou entidades de aposentados e negros a iniciar uma cruzada nos Estados e na internet para disseminar a possibilidade de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2010.

Para mim, é uma alegria. Me vejo em um bom momento da política – afirmou o petista.

Na tarde de sexta-feira, Paim estava em seu gabinete em Brasília. O parlamentar conversou por telefone com Zero Hora por 30 minutos sobre o movimento favorável ao seu nome para a Presidência. A seguir, a síntese da entrevista:

Zero Hora – O senhor quer disputar a vaga de candidato do PT í  Presidência?

Paulo Paim – Não é questão de querer ou não. Todo homem público, naturalmente, vê com satisfaío o seu nome levantado para candidato ao maior cargo do país. Quem não ficaria feliz com isso? Se dissesse o contrário, estaria mentindo. Nem por isso tenho de sair por aí fazendo campanha.

ZH – Supondo que o seu nome ganhe força nos Estados e na internet, o senhor aceitaria postular a candidatura?

Paim – Eles (movimentos sociais) dizem que farão toda a mobilizaío e virão me procurar para demonstrar a viabilidade da candidatura. Daí, analisarei o quadro.

ZH – Simpatizantes dizem que o senhor estimulou a campanha.

Paim – A base social não depende da tua vontade. Ela se articula e aponta caminhos com os quais aquele que estiver na frente concorda ou não. O movimento surgiu de lá para cá. Em nenhum momento pensei em ser candidato í  Presidência. Preparei a minha reeleiío ao Senado. Essa base social mostra que quer me impulsionar para um cargo majoritário. Não vou frustar o direito de eles fazerem esse debate, que pode impulsionar o meu nome ou outros.

ZH – Entidades como a Unegro e o Movimento de Consciência Negra Palmares afirmam que o senhor quer que se f aça a campanha. Há até uma comunidade oficial no Orkut chamada Paim presidente.

Paim – Isso é improcedente. No Orkut, há diversas iniciativas de “Paim presidente” pelo meu trabalho na Câmara e no Senado. Tu achas que eu teria capacidade, como um senador sem um centavo, de articular tudo isso de forma gigantesca? Só se fosse mágico e tivesse varinha mágica. Imagina se vou criar comunidade. Ninguém discutiu isso comigo.

ZH – O senhor acredita que é possível ser o primeiro negro presidente do Brasil?

Paim – Acredito que um dia o Brasil poderá ter um presidente negro e uma mulher. Quem acreditava que nos Estados Unidos, onde o preconceito racial é forte, seria eleito um negro com esse charme, força e competência? Se na maior potência do planeta aconteceu, por que não pode ocorrer no Brasil? Mas não sei quem será esse presidente negro.

ZH – Esse presidente negro pode ser o senh or?

Paim – Sou o único senador negro. O pessoal faz alguma vinculaío porque Obama era senador e também era ligado aos direitos humanos. O processo de construío vai apontar o caminho. Mas pode ser Paulo, Pedro ou João.

ZH – O senhor se considera o Obama brasileiro, como dizem seus apoiadores?

Paim – Me considero Paulo Renato Paim, gaúcho, nascido em Caxias do Sul. Tenho carinho e respeito por Obama. Mas ninguém deve ou pode querer ser cópia de outro.

ZH – Por que o movimento ocorre sem o conhecimento da cúpula do PT?

Paim– Existe uma indicaío do partido, não-oficial ainda, que respeito muito (Dilma Rousseff). Eu mesmo tenho advogado publicamente o nome da Dilma. Os movimentos sociais e outros setores estão preocupados com esse debate. Eles entendem talvez que outros nomes devem ser levantados.

ZH – O senhor pretende conversar com o presi dente Luiz Inácio Lula da Silva?

Paim – Esse movimento está tomando mais corpo neste momento. Esperarei para ver até aonde vai. Até março ou abril, haverá um quadro melhor. Se esse movimento tiver força em nível nacional, é natural dialogar com os líderes do PT. Se provocado, tenho obrigaío de dialogar com os partidos aliados. Defendo uma política de alianças ampla.

ZH – O senhor conversou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT?

Paim – Não. Todas as vezes que estive no palanque sempre foi elogiando ou defendendo o nome dela.

ZH – Se necessário, o senhor estaria disposto a disputar uma prévia com a ministra?

Paim – Não disputaria prévia. Sou contra prévia. A sociedade organizada por si só deve apontar o caminho de quem deva ser o candidato, fruto da política de aliança do PT.

ZH – O seu objeti vo é ganhar visibilidade e se cacifar como candidato ao Palácio Piratini?

Paim – Não trabalho com essa hipótese. Eu preparei com muito carinho a minha reeleiío para o Senado.

ZH – O senhor está preparado para governar?

Paim – Depois de tantos anos na vida pública, me sinto em condiío de saber administrar ou governar de forma coletiva.
Fonte: Zero Hora – Agência RBS – 01/02/09

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