Marcha das Margaridas terá 70 mil mulheres com Dilma, diz Contag

A quinta ediío da Marcha da Margaridas será realizada em um momento delicado para a conjuntura política do país, avalia a Confederaío Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que organiza o movimento. O objetivo é apresentar uma pauta de reivindicações que atenda í s necessidades das mulheres que vivem e trabalham no campo e se contrapor ao conservadorismo político atual, que pode levar ao retrocesso das conquistas históricas dos trabalhadores brasileiros.

Marcada para esta terça-feira (11), em Brasília, a marcha contará com a participaío de 27 federações e 11 entidades parceiras. Entre os pontos principais da pauta, estão o fim da violência contra a mulher e o combate ao uso de agrotóxicos. Na quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff participará de um ato, no estádio Mané Garrincha, onde apresentará o compromisso do governo federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.

A Marcha das Margaridas é considerada a maior manifestaío pelos direitos das mulheres no mundo. De acordo com a secretária de Mulheres Rurais da Contag, Alessandra Lunas, nos últimos meses o conservadorismo em diversos setores da política tem dificultado o acesso das mulheres a uma série direitos, como o direito a educaío, participaío igualitária na política e ocupaío de cargos nas esferas decisórias do país – além de colocar em risco direitos sociais já conquistados e a própria democracia. “Chegamos ao ponto de assistir a agressões machistas feitas í  presidenta da República, sem nenhum pudor”, afirma.

Para ela, os ataques são um reflexo das diversas formas de violência dirigidas í s mulheres no Brasil. Um ataque que vai além do que está sendo verbalizado. “O que nós mulheres vemos hoje é uma ofensiva raivosa contra o governo, mais do que algo real que esteja acontecendo. A gente sabe que tem segundas intenções neste processo.”

Alessandra afirma que os movimentos sociais não devem deixar de cobrar o governo federal para que reveja posições na área econômica que estão comprometendo o orçamento de políticas públicas e o crescimento econômico. Mas vê nos ataques da oposiío a tentativa de atingir e desmoralizar todo o governo por questões de disputada partidária, sem nenhuma preocupaío com a consequências para o país. “Quando se diz, com a prisão de José Dirceu, que o alvo é atingir quem o comandava, o recado já está sendo dado. Só não vê quem não quer”, afirma.

Em relaío í  presidenta Dilma, a dirigente da Contag avalia também que o machismo é um fator de peso nessa pressão política focada exclusivamente nela. E isto tem sido demonstrado em diversos momentos, como o tratamento desrespeitoso contra ela, manifestado em diversos momentos, como o que aconteceu durante a abertura dos jogos da Copa do Mundo e as próprias piadas envolvendo a figura da presidenta.

Para Alessandra, o momento é preocupante e exige uma reaío efetiva da militância nas ruas, principalmente porque envolve a defesa da democracia e das conquistas históricas dos trabalhadores.

Fonte: Rede Brasil Atual