Henrique Alves dá prazo para CCJ votar PL 4.330/04, da terceirizaío

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) abriu prazo de cinco sessões ordinárias do plenário da Casa para que a Comissão de Constituiío e Justiça vote o parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA) ao PL 4.330/04, que pretende regulamentar a terceirizaío no País.

Trata-se de manobra regimental articulada pela bancada empresarial, a partir do despacho favorável do Requerimento 8.634/13, do deputado Darcísio Perondi (RS), na última quinta-feira (26), que prevê prazo adicional de cinco sessões í  CCJ para votar o parecer do deputado Arthur Maia, que independentemente de ser votado, o projeto deve ir direto ao plenário após cumprir essa orientaío. O requerimento foi apresentado no último dia 18.
Esta decisão atropela acordo firmado com as centrais sindicais para discutir a matéria (PL 4.330) após a comissão geral da terceirizaío realizada no dia 18 de setembro.
Ademais, trata-se de ardil regimental, pois burocraticamente lança-se mão de prazo para votar na CCJ matéria excessivamente controversa, quando a tradiío e a cultura da Casa impõem a construío de um acordo ou consenso para apreciaío de proposiío com esta característica. Já está acertado que o projeto não será mais analisado no colegiado.
A votaío da matéria no plenário depende do destravamento da pauta trancada por três projetos de lei em regime de urgência constitucional, com precedência na fila de votaío. Por esta razão o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), não abre mão de votar os projetos em regime de urgência para liberar a pauta.
A manobra demonstra três questões: 1) a bancada empresarial foge do debate e da negociaío, 2) sabe que o projeto é nocivo, por isso se movimenta sorrateiramente em relaío ao tema, e 3) quer impor o projeto de forma antidemocrática aos trabalhadores.
Articulaío do PMDB
Não é uma coincidência o autor do projeto ser do PMDB, Sandro Mabel (GO); o relator também, Arthur Maia (BA); o autor do requerimento, Darcísio Perondi (RS); o presidente da Casa, Henrique Alves (RN), que acatou sem titubear o requerimento para votar a matéria no plenário, mesmo que ainda não tenha sido alcançado um acordo, conforme entendimento com as centrais.
Para fechar esta grande articulaío parlamentar-empresarial contra os trabalhadores na Câmara, o líder do PMDB quer acelerar a votaío dos projetos sob regime de urgência para então liberar a pauta e votar o PL 4.330. E há mais: como a Câmara está vedada ao povo, aos trabalhadores, espera-se fazer essa grande traiío í s escondidas, sem ouvir o movimento sindical, que está impedido de ingressar nas dependências da Câmara.
A bancada empesarial força a barra para votar o projeto ainda neste ano porque sabe que no próximo será mais difícil, haja vista que em ano eleitoral não se vota proposições polêmicas, como é o caso desta.
Comparecer
Diante dessa articulaío, o movimento sindical precisa comparecer urgentemente í  Câmara e pedir audiência ao presidente Henrique Alves e mostrar-lhe o quão nocivo é o projeto, se aprovado for, ao tecido social brasileiro. Os ministros do TST já apontaram esse descaminho.
Ao mesmo tempo devem empreender intensa e maciça mobilizaío nos estados e em Brasília para barrar a votaío do projeto no plenário. Só uma grande mobilizaío e muita pressão poderão evitar que o projeto seja votado sem que seja negociado.
Com a palavra o movimento sindical!

Fonte: DIAP