Candidato da esperança

A Revista í‰poca desta semana (22/02/2009), publicou uma matéria do jornalista Paulo Moreira Leite, conforme segue abaixo:

Paulo Paim é o novo rival de Dilma para as eleições de 2010
Parecia que Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, já estava coroada candidata única do PT para 2010. Mas não. Articulado por representantes do movimento negro, de sindicatos de aposentados e de trabalhadores, teve início no Rio Grande do Sul um movimento que pretende lançar o senador Paulo Paim (PT-RS) como candidato í  sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A idéia é percorrer os principais Estados brasileiros para coletar 2,5 milhões de assinaturas em nome de Paim e, até o fim do ano, convencer o PT e os demais partidos que apóiam o governo a trocar de candidato. “A ministra Dilma está fazendo um ótimo trabalho no governo”, afirma José Antonio Santos Silva, dirigente do movimento negro gaúcho. “Mas achamos que, por sua experiência e seu carisma, Paulo Paim tem mais condições de continuar o projeto de mudanças do país iniciado pelo governo Lula”.
Por enquanto, a idéia não convenceu nenhum integrante dos poderes estabelecidos em Brasília – nem o próprio Paulo Paim, que não demonstra a mais leve disposiío em aceitar a incumbência de entrar numa disputa que o levaria a chocar-se com um presidente dono de 84% de popularidade. Dizendo-se feliz com a “homenagem”, Paim afirma que seus planos são outros: “Em 2010, serei candidato a senador. Minha candidata a presidente chama-se Dilma Rousseff”.
Paim tem um histórico de boa convivência com Dilma. Há três décadas, a futura ministra arregaçou as mangas para distribuir panfletos em porta de fábrica e ajudá-lo a ganhar sua primeira eleiío sindical. Em 2002, numa disputa para o senado, Dalma foi a uma assembléia de professores para pedir voto ao candidato-metalúrgico.

” Paim seria o candidato de baixo para cima, e não de cima para baixo”, diz um sindicalista.
Talvez porque lembre os tempos em que o PT disputava eleiío em cima de um caixote de feira, a articulaío em torno de Paim empolga veteranos da militância sindical, como José Augusto da Silva Filho, coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores, um conjunto de dezenas de entidades sindicais. “Essa é a candidatura de baixo para cima”, diz ele. “A outra veio de cima para baixo.” Com a vitória de Barack Obama nos Estados Unidos, a articulaío a favor de Paim recebeu um impulso maior. Em Porto Alegre, seus adeptos circulam em automóveis com um adesivo: “Com Obama a mudança. Com Paim a esperança”. O próprio Paim discorda da comparaío. “Eu me considero uma espécie de Martin Luther King, o pastor que preparou os Estados Unidos para ter um presidente negro, como espero que o Brasil possa ter, um dia. Não me considero um Obama.”
Com uma carreira voltada para projetos para idosos, deficientes, aposentados e negros, Paim diz que um candidato negro enfrentaria um tipo especial de problema para disputar a Presidência: “O preconceito existe, mas não impede o voto do eleitor, como se viu até nos Estados Unidos. O problema é ser aceito pelas lideranças”. Fonte:
José Augusto da Silva Filho Coordenador Nacional do FST – www.fstsindical.com.br – augusto@cntc.com.br – (61) 3217-7102
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O Massacre da Embraer foi morte anunciada

Indignado, Nosso Guia disse que não sabia das 4.000 demissões, afinal, não lê jornal. Hí UMA semana, diante da notícia do Massacre da Embraer, no qual foram destruídos 4.000 empregos, Lula indignou-se. Segundo a narrativa de sindicalistas que estavam com ele, Nosso Guia teria dito: “í‰ um absurdo que uma empresa que recebeu recursos do BNDES ao longo dos últimos anos, ao primeiro sinal de problemas, promova este enorme corte, sem uma única conversa com alguém do governo, sem nos procurar”.
De duas uma: Lula está fazendo teatro (a melhor hipótese), ou disse a verdade, revelando que não tem ideia do que acontece no país e no seu governo. Pior: seus ministros do Trabalho, do Desenvolvimento e da Fazenda também não.
A informaío de que a Embraer pretendia demitir 4.000 funcionários era pública desde dezembro do ano passado. Foi revelada pelo repórter Julio Ottoboni, referindo-se a um boletim interno da empresa. Ottoboni informou o tamanho da carnificina -“4.000 funcionários”, e a época, o início de 2009. Lula e seu ministros podem dizer que não leem jornal, mas a informaío constou da sinopse que a Radiobrás organiza diariamente.
Os sindicalistas de São José dos Campos sabiam do plano da Embraer e dizem que tentaram negociar com a empresa mecanismos semelhantes aos que têm protegido milhares de empregos. José Lopez Feijóo, da executiva da CUT, contou que a Embraer chegou a marcar um encontro com o ministro Guido Mantega, mas não apareceu. Discutiriam a qualidade dos sambas-enredo das escolas?
Quem diz que foi surpreendido ofende a quem lhes dá crédito. Com o tempo vai-se saber quem conversou com quem. Por enquanto, fica a possibilidade de ter havido um acordo tácito: a Embraer faz o massacre, eu digo que não sabia, falo mal de seus diretores durante uma semana e depois voltamos í s práticas de sempre.
Que práticas? Desde o tempo dos generais a Embraer é uma queridinha do palácio. Se o presidente precisa de um cenário para bombar os avanços tecnológicos de seu governo, marca um evento em São José dos Campos e aparece na foto ao lado de jatos, robôs e máquinas fantásticas. Quando o tucanato precisou bombar sua publicidade, os marqueteiros selecionaram um plantel de bem-sucedidos para ilustrar anúncios pelo Brasil afora. Na lista, o presidente da Embraer.
A intimidade do Planalto com a Embraer chegou ao apogeu em 2004, quando Nosso Guia encomendou o AeroLula í  empresa europeia Airbus, ao preço de US$ 56,7 milhões. Presidindo um país onde funcionava a quarta maior fábrica de aviões do mundo, teria sido razoável encaminhar o pedido í  Embraer. Empregaria 400 pessoas durante seis meses. Segundo o Planalto, o Airbus era essencial porque sua autonomia permitia voos diretos até Paris ou Nova York.
Considerando que esses trajetos não são frequentes, ficava pelo menos a dúvida. Ela foi desfeita pela Embraer, que se apressou em respaldar a decisão, informando que não produzia o tipo de avião pedido, nem pretendia fazê-lo nos próximos cinco anos. Caso raro de empresa amparando uma preferência pelo concorrente. George Bush e Henry Paulson, seu secretário do Tesouro, fizeram muitas besteiras, mas nunca lhes passou pela cabeça armar um jogo ao fim do qual pudessem dizer que não sabiam que o banco Lehman Brothers estava
quebrado. Elio Gaspari – Fonte: remetido pela FEAAC/SP———————————————————————————————————————–

Projeto fixa data para repasse do pagamento da contribuiío sindical

A fim de assegurar que a contribuiío sindical descontada do salário dos trabalhadores seja repassada í s respectivas entidades em tempo mais breve, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) apresentou projeto de lei que fixa data para esse recolhimento e impõe multa ao empresário que descumprir a determinaío.
Pela proposta, o recolhimento referente aos empregados e trabalhadores avulsos será feito até o dia 5 de abril de cada ano. Já os agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais devem proceder ao recolhimento no mês de fevereiro.
De acordo com o projeto (PLS 281/08), o empregador que descumprir o prazo estará sujeito a uma multa equivalente a 1% por dia de atraso do total da contribuiío sindical. Os recursos acumulados, explicita a proposta, serão revertidos, proporcionalmente, í s entidades sindicais que têm direito a frações da contribuiío, incluindo o sindicato da respectiva categoria, federaío, confederaío e centrais sindicais.
O projeto altera dispositivos da Consolidaío das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei 5.452/43) ao fixar o dia 5 como limite de recolhimento. O artigo 583 da CLT determina apenas que esse procedimento deverá ser feito ao longo do mês de abril de cada ano. Já o dispositivo anterior – artigo 582 – prevê a obrigatoriedade de descontar a contribuiío em folha dos empregados, sempre no mês de março.
O autor do projeto esclarece que a iniciativa tem por meta colocar um freio nos constantes atrasos no pagamento da contribuiío sindical realizado pelos empregadores, já que prejudicam as entidades sindicais.
Para Valadares, ainda, se há a determinaío de desconto em folha no mês de março de cada ano, “é coerente que as respectivas importâncias sejam recolhidas dentro de um prazo célere e razoável de cumprimento de meras exigências burocráticas, a fim de serem repassadas í s entidades sindicais – e por estas serem usufruídas em benefício da categoria e das atividades sindicais”.
A proposta está pronta para ser votada, em decisão terminativa, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). (Fonte: Agência Senado) Agência DIAP