Auditoria nas contas do governo evitaria PEC 55/2016

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Matemático e economista José Dutra Vieira Sobrinho

O governo não precisaria da PEC 55/2016, que na Câmara dos Deputados tinha o nome de
PEC 241, se resolvesse fazer uma auditoria em suas contas nos últimos 30 anos. Deveria também investir mais na produío do que continuar abrindo a torneira de dinheiro ao mercado financeiro.
“Por essa profunda auditoria é possível conhecer qual setor ficou com mais dinheiro, tudo feito ano a ano. Pegaríamos os três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo). Desta forma evitaríamos que a classe desfavorecida da sociedade pagasse os custos dos desperdícios feitos pela máquina governamental em detrimento de maior investimento em Educaío, Saúde, Transporte”, disse o matemático e economista José Dutra Vieira Sobrinho.
Na avaliaío dele, o congelamento dos gastos públicos não surtirá efeito, se o governo continuar privilegiando os bancos. “Vamos pegar um orçamento de R$ 2 trilhões, a uma taxa Selic de 14%, cada ponto percentual renderá por ano R$ 280 bilhões. Nenhum banqueiro vai querer parar o funcionamento desta máquina de fazer dinheiro. O resultado disso é a taxa básica de juros mais alta do mundo praticada no Brasil”, explicou.
De acordo com Dutra, ao se descontar a inflaío, o brasileiro sofre os efeitos de 6,5% de juros reais. “Com a Selic atual de 14%, teremos uma taxa real de 6,5%¨. Na Europa e Japão, estes juros são negativos. Por outro lado, o governo precisa limitar os gastos, mas a classe política não vota projetos de leis neste sentido. O resultado é o pobre pagando a conta, como vai ocorrer com essa PEC 55/2016”, criticou.
Dutra lembra que há 25 anos, os bancos não cobravam tantas taxas como ocorre atualmente. “Porém encontraram uma fórmula para aumentar o lucro. Cobram 12% de juros mensais no cheque especial totalizando 290% ao ano; repetem a dose no cartão de crédito, com juros de 500% ao ano”, calculou. Na avaliaío de Dutra, os bancos não precisam da ajuda do governo para continuar ganhando muito dinheiro, sem devolver nada í  sociedade.

Fonte: Luís Alberto Alves/Comunicaío CNTQ