Artigo – A morte na plataforma

A vida está ficando banal disse um amigo ao meu lado, enquanto ouvia o relato que, Thiago Dias sofreu um AVC enquanto fazia entrega para o APP Rappi. Acionado, o aplicativo o ignorou. Pediu ajuda ao SAMU e a um motorista da UBER e, também, não foi atendido. Foi socorrido por um colega da plataforma que o levou ao hospital, onde morreu.

Triste cena que passará a ser mais comum no cenário de nosso cotidiano, visto que, esse é o chamado emprego do futuro, tão propalado como sendo a modernidade do perfil trabalhista mundial.

Os “modernos” aplicativos, deixam claro que apenas servem de intermediário entre o entregador e o empresário. Não assumem qualquer responsabilidade sobre danos que venham a ocorrer. Explicita também que sobrevive de taxas que cobra de ambas as partes.

Dizer que é uma aberração o acima exposto, hoje em dia é chamar o autor do texto de vermelho, de esquerdista, ou de qualquer outro adjetivo, para tentar justificar ser o único meio de diminuir o desemprego que insiste em permanecer acima de 13 milhões de brasileiros.

Seria apenas mais uma manchete de jornal, se não tivéssemos, no dia de ontem, no Congresso Nacional aprovado na comissão especial mista a MP da Liberdade Econômica, que modificou, mais 36 artigos da CLT, já aviltada pela Reforma Trabalhista e agora ainda mais precarizada no que tange à proteção social do Trabalhador.

Vamos deixar de cinismos. Revoguem logo a Lei Áurea. Tenham a dignidade de serem explícitos que são escravagistas.

Apelem para dizer que de modernismo essa escravidão não carrega o preconceito da cor, pois estão inclusos ao Sistema brancos, pardos, negros e amarelos, visto que os indígenas já foram excluídos pela própria inclusão com o homem branco.

Senhores congressistas, parem de pensar como senhores do engenho. Dessa plataforma vossos descendentes que estarão vivendo dela, como capitães do mato ou como escravos e com a liberação das armas, o perigo será o mesmo.

Oswaldo Augusto de Barros – CNTEEC – FEPAAE – FST