FST divulga Nota à Nação Brasileira

 

Documento repudia os atos do governo contra a classe trabalhadora

O Coordenador Nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), Oswaldo Augusto de Barros, divulgou nesta quinta-feira (28) uma  “Nota à Nação Brasileira”, documento de repulsa às medidas do governo contra a classe trabalhadora.

A nota convoca os presidentes das Confederações — o FST congrega 22 entidades laborais — a atuarem de forma conjunta na defesa dos trabalhadores e divulgação da gravidade das atitudes governamentais.

Segundo o coordenador do FST, “a grande maioria dos brasileiros não faz ideia da gravidade das atitudes que o governo vem tomando e suas consequências”. Por isso, decidiu redigir a nota de repúdio que solicita ainda a substituição da equipe econômica do governo Bolsonaro.

“Pedimos a substituição dos irresponsáveis da equipe econômica para acabar com a guerra ideológica vigente, com o objetivo que se respeite o Poder Legislativo. Assim voltaremos ao diálogo e ao desenvolvimento do Brasil”, trecho final da nota.

 

Leia a íntegra da “Nota à Nação Brasileira”: 

 

NOTA À NAÇÃO BRASILEIRA – DEMOS PODER A INCONSEQUENTES SOCIAIS

Despidos de ideologismos e partidarismos, e considerando que a grande maioria dos brasileiros não faz ideia da gravidade das atitudes que o governo vem tomando e suas consequências, as entidades abaixo, representando milhões de trabalhadores da iniciativa privada e do setor público, profissionais liberais, autônomos e de órgãos de segurança pública acrescentando, também, os 13 milhões de desempregados e sabe-se lá quantos subempregados, vêm a público esclarecer:

1 – O governo está “tomado de assalto” por grupos econômicos, principalmente os gananciosos bancos, que visam destruir, com uma simples canetada, todas as organizações sociais que são a rede de proteção da sociedade. Todo trabalhador vai dar ainda mais dinheiro aos bancos na maior transferência de renda aos muito ricos de que se tem notícia;

2 – Numa atitude no mínimo de má-fé, publicou em 1º de março de 2019, em edição extra e noturna do Diário Oficial, em plena sexta-feira de Carnaval na tentativa de “esconder” o ato para que ninguém percebesse, uma Medida Provisória que tem força de lei antes mesmo de ser votada pelos deputados e senadores que todos elegemos, destruindo o que restava da CLT, que é a Lei que protege os trabalhadores;

3 – A MP 873, editada na calada da noite, viola a independência do Judiciário Trabalhista, que o governo já anunciou que quer extinguir e isso é muito grave. Não bastasse, faz clara chantagem com o Congresso ameaçando não pagar os salários dos servidores públicos. Precisamos fazer saber a estes estabanados iletrados legais, que eles mandam nos seus bancos, mas quem manda no Brasil é a Lei;

4 – Desejam pegar o dinheiro das aposentadorias, que hoje é dinheiro seu, e repassar aos bancos, buscando destruir a possibilidade dos brasileiros mais humildes se aposentarem;

5 – Buscam destruir também a educação para atender interesses estrangeiros e deixar o Brasil apenas como exportador de produtos básicos; ao não desenvolver tecnologia própria corremos o risco voltarmos a ser subdesenvolvidos. Não nos pode ser ofertado apenas as consequências ecológicas (vide Sobradinho);

Pedimos a substituição dos irresponsáveis da equipe econômica para acabar com a guerra ideológica vigente, com o objetivo que se respeite o Poder Legislativo. Assim voltaremos ao diálogo e ao desenvolvimento do Brasil.

 

Brasília, 28 de março de 2019.

 

Fórum Sindical dos Trabalhadores- FST

 

Confederações participantes:

CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria;

CNTTT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres;

CNPL – Confederação Nacional dos Profissionais Liberais;

CONTTMAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes, Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos;

CONTEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito;

CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil;

CONTCOP – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade;

CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura;

CNTEEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura;

CNTM – Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos;

CONTRATUH – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade;

CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins;

CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde;

COBAP – Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos;

CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores Químicos;

CONATIG – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços Gráficos;

CONATEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios;

COBRAPOL – Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis;

CONACATE – Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado;

CSPM – Confederação dos Servidores Públicos Municipais.