Governo quer barrar FGTS antes do STF

Ligado 11 Fevereiro 2014.
Força-tarefa recorre de sentenças favoráveis í  correío do fundo de garantia pela inflaío. Objetivo é impedir que aío chegue ao Supremo O crescimento do volume de ações judiciais pleiteando a correío do valor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflaío levou o governo a montar uma força-tarefa na área jurídica para derrubar estes processos nos tribunais, antes que cheguem ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Caixa Econômica Federal, gestora do FGTS, pediu ajuda í  Advocacia-Geral da União (AGU) para recorrer das sentenças já expedidas.

Segundo informações da Caixa, no dia 31 de janeiro, havia 39.269 reivindicações na Justiça. Na última sexta-feira, o número já estava em 45.343, sendo que 21.159 delas o banco conseguiu reverter, em primeira instância. Na semana passada, a Defensoria Pública da União entrou na disputa judicial, pedindo que o resultado dos processos valha para todos os trabalhadores, independentemente de terem entrado na Justiça.

A causa já foi parcialmente aceita pelo juiz Bruno Brum Ribas, da 4.ª Vara Federal de Porto Alegre. Diante disso, o governo sabe que o assunto pode chegar ao Supremo.

O maior temor é que uma mudança nas regras de correío do saldo do Fundo comprometa os programas sociais do governo federal, principalmente o Minha Casa Minha Vida, uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff, que deve ser usada na campanha da reeleiío, neste ano.

Se, por um lado, o trabalhador pode ter uma remuneraío melhor com uma nova fórmula de correío, por outro, quem tomou financiamento com recursos do FGTS terá de pagar uma prestaío maior porque a fonte do dinheiro é a mesma. O FGTS é a principal origem de recursos do Minha Casa Minha Vida, além de aplicar em investimentos de infraestrutura e de mobilidade urbana.

Pelas regras de reajuste atuais, o dinheiro na conta do trabalhador rende 3% ao ano, acrescido da Taxa Referencial (TR). A maior parte dos processos demanda a substituiío da taxa pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sob alegaío de que a TR tem se mostrado “insatisfatória” para atualizar o dinheiro dos cotistas, porque tem ficado abaixo da inflaío.

Simulaío

Segundo simulações feitas por uma consultoria especializada, um mutuário que fez um financiamento habitacional de R$ 100 mil, na mesma época (com taxa de juros de 6% ao ano e prazo de pagamento de 25 anos), desembolsou R$ 820,09 na primeira prestaío. Em dezembro do ano passado, o valor da prestaío tinha caído para R$ 699,40, e o saldo devedor do empréstimo estava em R$ 54.995.

Com a troca da TR pelo INPC, a prestaío estaria em R$ 1.380,10, quase o dobro. O saldo devedor seria de R$ 108.562, cifra maior que o montante financiado.

Planos econômicos

STF julga até o fim do mês a correío da poupança O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará nos próximos dias 26 e 27 de fevereiro as ações que questionam o índice de correío das cadernetas de poupança devido aos planos econômicos.

O j ulgamento foi iniciado em novembro do ano passado. Os bancos alegam que o pagamento pedido pelos poupadores resultaria em perdas potenciais de R$ 150 bilhões. A defesa dos poupadores diz que os valores, na verdade, somam R$ 18 bilhões, uma vez que esse montante é o que teria sido preparado pelos bancos para uma eventual derrota na Justiça.

O julgamento deve ser retomado por uma aío que está sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Das que tramitam no STF, é a mais ampla e trata dos planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2.

Fonte: Gazeta do Povo